O GADvS – Grupo de Advogados pela Diversidade Sexual passou a acompanhar a CPI instalada perante a Assembleia Legislativa de São Paulo (ALESP) para investigar as denúncias de gravíssimas violações a direitos humanos realizadas em 2014 contra a Atlética da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP).

O diretor-presidente do GADvS, Paulo Iotti, passou recentemente a dar apoio jurídico a Felipe Scalisa, estudante de Medicina da FMUSP que, junto com outr@s, teve a coragem de fazer as denúncias em questão e acompanhar os trabalhos da CPI desde então. Relato de Paulo Iotti sobre a audiência pública de 04.02.2015 encontra-se aqui: https://www.facebook.com/paulo.iotti/posts/798859670149049?pnref=story

Por outro lado, um dos fatos investigados pela CPI se refere à discriminação contra casais homoafetivos na festa “Carecas no Bosque”, na qual, na entrada do “bosque” em questão, a segurança foi instruída a não permitir a entrada de casais do mesmo sexo, permitindo apenas a entrada de casais do sexo oposto (heteroafetivos). A vítima da homofobia gravou a conversa, na qual a segurança se assume lésbica e diz que por ela e os outros seguranças não haveria problema, mas que recebeu ordens da organização da festa para assim proceder, para não deixar entrar “casais gays”, mas apenas “casais hétero”…

Na CPI, mostrou-se mensagem de ex-diretor da Atlética (gestão 2012), que afirmou que essa discriminação já existia na época, sob o “fundamento” de impedir que “homens mal intencionados” entrassem no bosque e estuprassem mulheres, por entender que não haveria como exigir que casais gays “provassem” que são um “casal de verdade”. Algo absurdo, pois bastaria exigir que o casal se beijasse na frente dos seguranças – por constrangedor para os seguranças que pudesse ser, seria um forma de fazer tal prova (pois é notório que homens heterossexuais em geral demonstram nojo em beijar outros homens, como inclusive falou Paulo Iotti, como se vê no relato constante do link acima, ao perguntar ao presidente da Atlética/2014 quais atitudes tomou após a denúncia de homofobia – e ele reconheceu que nada foi feito desde então, apesar de dizer que a Atlética “fez” uma nota de repúdio que, contudo, ninguém nunca teve ciência, donde se essa nota existiu, nunca chegou a ser publicada…). De qualquer forma, bastaria à segurança fiscalizar os tais bosques para apurar se nada estaria sendo feito contra a vontade de ninguém, e não pura e simplesmente presumir que duas pessoas do mesmo sexo que se apresentam como um casal na verdade não o seria.

A princípio, o GADvS aguardará o término da CPI, previsto para meados de março/2015, para tomar as atitudes pertinentes. De qualquer forma, já contatou a Coordenação Estadual de Políticas para a Diversidade Sexual de São Paulo para realizar uma ação conjunta, no momento oportuno.